A Alemanha demonstrou estar propensa a aceitar mudanças em sua política para os fundos europeus de regaste financeiro. Durante reunião do seu partido – o CDU, na sigla em alemão – a chanceler alemã Angela Merkel declarou, pela primeira vez, que está disposta a aceitar a operação simultânea do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês) e seu predecessor, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, também na sigla em inglês), previsto para acabar em meados de 2013.
Na prática, isso significa que o montante do fundo temporário, já destinado à Grécia, Portugal e Irlanda, seria adicionado aos subsídios previstos no novo fundo. "Podemos imaginar que esses € 200 bilhões poderiam ser usados paralelamente aos € 500 bilhões do ESM até quando os países tiverem ressarcido os seus empréstimos. Isso vai levar vários anos e, depois, o ESM ficará sozinho com os € 500 bilhões", disse Merkel. Com isso, a contribuição da Alemanha para os dois fundos passaria de € 211 bilhões para € 280 bilhões.
A nova posição revela a disposição do governo alemão em abandonar a sua resistência inicial e ceder às pressões tanto de países quanto de instituições internacionais para reforçar o mecanismo de defesa das nações da zona do euro contra operações especulativas dos mercados financeiros. No entanto, o acordo que estabelece a criação e o teto do ESM ainda precisa passar pela aprovação do parlamento alemão, em reunião agendada para maio deste ano.
Na próxima sexta-feira e sábado (30 e 31), os ministros de finanças da zona do euro se reunirão em Copenhague para decidir se aumentam a capacidade de empréstimos do fundo de resgate acima dos atuais 500 bilhões de euros.