Empresas devem considerar o RH


O executivo Theunis Marinho, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRHSP) – entidade parceira do Seminário de Mão de Obra Estrangeira da Câmara Brasil-Alemanha – foi entrevistado pela revista Harvard Business Review na matéria “Por que diretores de recursos humanos podem ser grandes CEOs”.


A reportagem fala sobre o novo papel desempenhado pelos diretores de RH nas empresas globais, que antes eram destinados a cuidar de planos de remuneração e benefícios, mas, ao longo dos últimos 15 anos, têm se tornado “agentes de inovação” em suas companhias e se relacionam diretamente com os CEOs na execução de estratégias de negócios.


Segundo Marinho, que é ex-diretor de RH da Bayer, depois que o produto, a tecnologia, o mercado e a concorrência são dominados, as pessoas são o mais importante. “As empresas são todas iguais no sábado e no domingo, quando estão fechadas. Têm os mesmos softwares, as mesmas máquinas. Elas começam a mudar na segunda-feira, quando chegam as pessoas para trabalhar”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo da ABRH. “São os funcionários com seus talentos que diferenciam uma empresa da outra”, conclui.


Para Marinho, é de grande importância que um CEO descubra talentos e saiba aproveitá-los e, hoje, o departamento de recursos humanos é o que mais soma inteligência intelectual, integrando profissionais das mais diversas áreas como administradores, psicólogos, engenheiros, médicos.


O grande problema, segundo ele, é que as companhias atualmente estão preocupadas em roubar profissionais formados de empresas concorrentes ao invés de trabalharem pela formação de seu próprio pessoal.


Na sua época como diretor da Bayer, ele cita uma experiência que teve com o presidente da época, Rolf Loecher, que o inscreveu no programa de job rotation da companhia, após uma conversa em que Marinho disse que queria atuar no RH de alguma outra multinacional. Isso resultou em uma experiência de nove anos na Alemanha, quando se mudou com a família para assumir o cargo de gerente da área de herbicidas da Bayer e, após um ano, gerenciar as vendas de óxido de ferro para toda a Europa.


De acordo com Marinho, as empresas raramente reconhecem o potencial da sua própria força de trabalho, diferentemente da grande lição estratégica que o então presidente Loecher mostrou a ele, quando decidiu trocá-lo de área ao invés de deixa-lo ir embora.


“Trabalhei 28 anos e meio na Bayer, em várias áreas: é como se tivesse passado por meia dúzia de empresas diferentes”, diz o executivo. Após seu retorno para o Brasil, Marinho foi convidado a assumir a presidência da Bayer polímeros e a diretoria geral para a América Latina da divisão de plástico de engenharia (1995).    


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