Empresários alemães, especialmente aqueles dos setores de uso intensivo de energia, não estão satisfeitos com as propostas do Governo Federal de mudanças nos chamados “impostos ecológicos”, isto é, os impostos cobrados sobre eletricidade e energia. A origem da desavença está na determinação do governo em acabar com descontos concedidos e aumentar as alíquotas aplicadas sobre o consumo de energia. Disso resultará uma economia anual aos cofres do governo de € 1,5 bilhão.
As recentes comemorações do “Dia da Indústria Alemã”, organizadas pela Confederação Alemã da Indústria – BDI serviram para colocar mais lenha na fogueira. Diante de uma platéia de mais de 1.000 convidados, entre os quais estavam a Chanceler Angela Merkel e o Ministro da Economia Rainer Brüderle, o Presidente do BDI, Dr. Hans-Peter Keitel externou veementemente a sua posição contra os novos impostos. “A Alemanha é o único país que sobrecarrega as suas empresas. Isso não pode ser admitido”.
Segundo Keitel, a economia alemã crescerá este ano mais de 3%. “Com isso, os impostos recolhidos superarão as estimativas do governo em pelo menos € 15 bilhões de euros, o que representará um considerável aporte para o orçamento doméstico”, declarou.
Exemplificando as implicações das propostas do governo, o presidente da BDI afirmou que algumas empresas do setor de uso intensivo de energia terão que arcar com um aumento de impostos sete vezes maior. “Elas são um fator de estabilidade da economia alemã. Esse aumento diminuirá a sua competitividade no mercado internacional e disso dependem 870 mil empregos”.
Investimentos são necessários para garantir o crescimento sustentável e a modernização das estruturas de uma economia. A sobrecarga de impostos nos orçamentos empresariais impede-as de investir em novos projetos. “Cabe aos políticos estabelecer condições básicas inteligentes para o desenvolvimento, em vez de pagar as contas com o dinheiro dos contribuintes”, afirmou Keitel ao finalizar o seu discurso.